Um Sarkozy é o presidente francês que quer aproximar seu país dos EUA e Grã Bretanha. Faz um discurso liberal, de flexibilização das leis trabalhistas, de corte de impostos. Quer ser, às vezes insinuam alguns comentaristas, o que Margaret Thatcher foi para o Reino Unido, o que Ronald Reagan foi para os EUA. Há quem sugira que isto é bom, mas crescimento econômico o Reino Unido teve agora, nos anos Blair; e os EUA, nos anos 90, no período Clinton. Seria injusto, apesar do que sugerem estes analistas, comparar Sarkozy com Thatcher no ponto de vista econômico. Ele bem gostaria de ser um Tony Blair – aquele, o do início de mandato – francês. É este Sarkozy que pretende reformar a estrutura do Estado que o eleitorado francês elegerá? Alguns liberais acham que sim.
Há outro Sarkozy, o Sarkozy da racaille, aquele que chama de lixo uma parte da população. Seus apologistas dizem duas coisas. A primeira, que Sarkozy estava no meio da rua, apenas concordando com aquilo que uma senhorinha havia lhe dito. A segunda, é que racaille não são todos os árabes. São apenas os vândalos. Sarkozy, dizem estes, não tem discurso racista, seu discurso é de tolerância zero, o candidato da lei e da ordem.
Seus apologistas são os liberais que fazem de tudo, freudianamente, para só enxergar um lado de Sarkozy por não conseguir lidar com o outro. O que eles não suportam imaginar são outras duas coisas. Que o comentário é o que é: racista. E que esta não foi, por mais que desejasse a imprensa francesa, uma derrapada política. Bem o contrário: o povo gostou de ouvir. É o que o povo pensa.
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