quinta-feira, 16 de agosto de 2007

José Paulo Sepúlveda Pertence

O Plenário do Supremo Tribunal Federal, em pé, aplaudiu o Ministro José Paulo Sepúlveda Pertence, que hoje, 16 de agosto de 2007, despediu-se da Corte. Antecipou-se à compulsória. Cumpriu a promessa tantas vezes declarada de sair antes que fosse saído. Há exatos três meses, comemorou a marca da maioridade no Tribunal, 18 anos. Era o decano desde a saída do Ministro Sanches, se não me engano. Exerceu o decanato com a prudência de sempre, mas ganhou uma nova aura (hoje, o Advogado-Geral da União lhe pediu a benção), deixou a barba e, com a tranquilidade de quem vota por último, lecionou a jurisdição constitucional (embora adorasse citar a frase de um colega do passado: "Aqui neste Plenário ninguém ensina nada a ninguém"). Os colegas, ministros e ministras, acostumaram-se a fazer cessar debates calorosos e barulhentos para ouví-lo, em silêncio, no meio de uma votação. Hoje, emocionado, Pertence falou de saudade ao agradecer as homenagens. Emocionou a todos. E todos ficaram de pé e aplaudimos orgulhos.

Um comentário:

Cláudio Ladeira de Oliveira disse...

Pertence fará muita falta mesmo. E o pricipal motivo é exatamente esse que você já havia destacado em posts anteriores, uma certa "prudência", ou pelo menos uma marcada aversão ao espalhafato. Suas convicções claramente igualitárias em geral prestavam um respeito elevado aos juizos políticos legislativos, que de resto é a característica elementar de sociedades imperfeitas e democráticas.
E repare bem, Sepulveda acertou a mão até mesmo na escolha do dia da aposentadoria! Ontem mesmo, de chuteiras penduradas, pôde assistir um dos mais especiais clássicos do futebol mundial, o Fla x Flu.
Aliás... longe de mim querer mudar de assunto, sabe bem que não sou disso, mas cá pra nós: o Messi logo será conhecido como "um carinha que é primo do Maxi, do Mengão". :D
abração