Panachage
Em francês, literalmente o verbo panacher significa “ornar com penachos, matizar, tomar várias cores”. Mas, no âmbito eleitoral traduz a possibilidade de que o eleitor não se prenda à lista oferecida pelo partido e possa compor seu voto com nomes de várias listas.
A panachage é condenada por muitos em razão de 1º - complicar singularmente os trabalhos de apuração e tornar mais difícil a repartição das cadeiras; 2º - contrariar o princípio da representação proporcional, que supõe um voto por idéias e não por pessoas; 3º - favorecer as intrigas turvas, já que comumente permite decapitar as listas adversárias. (Barthélemy, Joseph. L’organizacion du suffrage et l’experience belge. Paris: M. Giard & É. Brière, 1912, p. 720.)
Mas autores da importância de Hondt aceitaram os boletins panachés, que ele denominava “mistos”: “Que fazer dos boletins mistos? Evidentemente não se pode fazer abstração deles. O boletim misto é tão respeitável quanto o boletim de lista. Parece justo considerar cada boletim como uma unidade e atribuir a cada uma das listas uma fração correspondente ao número de candidatos de cada um deles, inscritos no boletim. Assim, o boletim com três candidatos liberais e dois candidatos católicos seria atribuído por 3/5 aos liberais e por 2/5 aos católicos”. (in Barthélemy, Joseph, ob. Cit., p.720)
COSTA PORTO, Walter. Dicionário do Voto. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2000, pp. 297-298.
COSTA PORTO, Walter. Dicionário do Voto. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2000, pp. 297-298.
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