segunda-feira, 28 de maio de 2007

Vida privada

Mais uma vez a República é abalada pela exposição de aspectos nada edificantes da vida privada de pessoas públicas. Irmãos, genros, cunhados, amantes... Dessa vez é ninguém menos que o Presidente do Congresso Nacional, Senador Renan Calheiros, quem deve se explicar. A versão dos fatos já é de conhecimento público e importa saber se convence ou se terá contradições. Há uns dias, postei aqui mensagens sobre fatos semelhantes ocorridos na Argentina e na França. Um leitor protestou que isso não era relevante. Na réplica, insisti que era sim importante saber o que se passa na vida privada de homens públicos, pois se não há decência, decoro, probidade na vida privada, porque esperar que houvesse tais qualidades na vida pública das nossas autoridades?

Pois, bem, para ilustrar, sugiro a leitura do post Pato Manco, assinado pelo Noblat, cuja introdução transcrevo aqui:
"Madame está gastando demais”, alertou Paulo César Farias, ex-tesoureiro de campanha de Fernando Collor, pouco antes do início da crise política que culminou há 15 anos com a queda do primeiro presidente da República eleito pelo povo desde o fim da ditadura militar de 64. A madame era Rosane, mulher de Collor. PC pagava despesas do casal. Renan Calheiros é alagoano como PC e Collor. Foi líder do governo Collor na Câmara dos Deputados. Depois, ministro da Justiça do governo Fernando Henrique. Presidiu o Senado nos dois últimos anos como aliado de Lula. Foi reeleito em fevereiro para novo mandato de dois anos. É político profissional há quase 30 anos. Era razoável que tivesse aprendido a lição do seu conterrâneo sobre gastos de madame. PC arrecadou dinheiro ilegal para sustentar a ambição de Collor de ficar o máximo de tempo no poder. A lição deixada por ele nada tem a ver com volume de despesas, e sim com a origem do dinheiro necessário para pagá-las. Renan é suspeito de ter pagado com dinheiro de terceiros despesas da jornalista Mônica Velloso, mãe de um filho recente dele.

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