quinta-feira, 2 de agosto de 2007

O direito de vaiar e o direito de quem vaia

Leitor (a) anônimo (a) deste APonte manifestou revolta contra a postagem da charge de Angeli sobre o movimento dos cansados da Av. Paulista e adjacências. Não queria entrar em detalhes, achei por bem e por que paulista citar a charge aqui e registrar mais essa página da história social contemporânea. Vejo que o movimento é maior do que o estereótipo captado pelo artista. O comentário é este:

Anônimo disse... No novo Brasil Petista-mensaleiro-assistencialista-corrupto é assim: inconformismo com o caos estrutural do país que a esquerda doente tende a acentuar e aperfeiçoar para se perpetuar, os inconformados são reacionários, de elite e golpistas... Lamentável a reprodução dessa corrente de pensamento neste Blog. PQ EU TBM CANSEI...

Ah uma vaia para o apedeuta.

UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU
1 de Agosto de 2007 21:34

Respondi, e mais uma vez agradeço a manifestação, mas fui atrás de saber um pouco mais sobre o "apedeuta". Logo no primeiro google, descobri o texto de Janer Cristaldo, O Supremo Apedeuta. Ele se refere ao Presidente da República, o vaiado. Lula é xingado pelo senhor Cristaldo na plenitude de seu direito constitucional de manifestação do pensamento, mas eis que chego ao fim do artigo e descubro isto aqui:

Em suma, para meu prazer, a expressão foi fazendo fortuna na mídia eletrônica. Tanto o Supremo Apedeuta como o Supreme Ignoramus. Nada lisonjeia tanto um jornalista como ver seus achados correndo mundo. Outro dia, lendo ao azar a vista Primeira Leitura, vi que um jornalista tucano chapa-branca a empregava várias vezes. Maravilha, pensei, minha trouvaille já é de conhecimento dos partidos de oposição. Ocorre que, conversando com outros jornalistas, fiquei sabendo que o autor do artigo está reivindicando a autoria da expressão. Alto lá, senhor Reinaldo Azevedo. Supremo Apedeuta é cria minha, e isto qualquer pesquisa rápida no Google pode comprovar. Use e abuse da expressão, quantas vezes quiser, divulgue-a aos quatro ventos, isto só me faz feliz. Mas não pretenda tê-la criado. Isto é muito feio para um jornalista. Ou, para usarmos uma palavra da moda, é antiético. E não fica bem para o porta-voz de um partido que pretende dar um banho de ética no partido que se dizia dono da ética tomar atitudes assim antiéticas. O Supremo Apedeuta é meu.
Aí eu declamo de novo: viva a vaia!

2 comentários:

Anônimo disse...

O "anônimo" permanece anônimo, pois a página não aceitava um simples daniel, paulo, cláudio, juliana, regina ou um simples zé... Não se questiona o direito constitucional de discordar do movimento, o que não se entende é a reprodução do pensamento "golpista" e "elitista" que estão querendo dar,uma vez que entendo o blog um clamor à dignidade, probidade, liberdade e a crítica positiva. O PT (leia-se: esquerda doente) está dividindo e invertendo os valores do que é indivisível. Ricos? Pobres? Bracos? negros? pardos? NÃo! O movimento não tem cotas nem cartões mesmo que corporativos para distribuir. A classe média que vive duras penas há uns 20 anos não aguenta mais, por isso o tal CANSEI! Hj o Lula disse tudo, os ricos não têm o que reclamar, ganham muito há muito.. E os pobres não têm opnião, mas cartão bolsa familia (ah, sim criado pelo lesa-pátria FHC, dai o fruto PT).
Bem, quanto ao "apedeuta" não precisa ir muito longe, basta uma clicada no www.priberam.pt escrever apedeuta e:
do Gr. apaídeutos, sem instrumenção
s. m.,
homem sem instrução;
adj. 2 gén.,
ignorante;
ignaro.
Fácil, e sem necessitar discursar sobre o pai da criança, até porque
a origem é grega.
Por fim, já que se recorre a textos outros, eis um que retrata minha opnião, agora respaldada por Ubaldo, o paranóico:
A volta de Ubaldo, o paranóico

A única crise verdadeira é gerencial. Foi criada pelo próprio presidente da República, ao aparelhar e lotear alguns órgãos estratégicos do governo

A crise

O discurso do presidente Lula contra o golpismo não tem fundamento em qualquer análise séria. A economia do país está aquecida, embora não tenha ocorrido o espetáculo do crescimento. O governo dispõe de ampla maioria no Congresso, com as turbulências normais da democracia. O movimento sindical apóia o governo, o movimento estudantil foi cooptado, os militares estão nos quartéis estudando e fazendo ginástica. Os banqueiros nunca ganharam tanto, as grandes companhias do país também. As turbulências se resumem às invasões de sem-terra, greves dos funcionários públicos e manobras de governadores e prefeitos para obter mais recursos do Orçamento da União.

A única crise verdadeira é gerencial. Foi criada pelo próprio presidente da República, ao aparelhar e lotear alguns órgãos estratégicos do governo para formar sua coalizão política e deixar de lado os critérios técnicos para ocupação dos cargos. Essa crise está sendo desnudada pelo apagão aéreo. O presidente Lula não tem como fugir desse tema, a não ser resolvendo os problemas. A nomeação do novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, foi um passo importante. Porém, uma crise como essa não se resolve com voluntarismo, nem com conversa fiada. É preciso soluções práticas duradouras. Esse, aliás, é o recado das vaias.
Por Luiz Carlos Azedo.

Ah, Reinaldo Azevedo chapa branca e tucano!???? esse senhor não leu a primeira leitura.

Mauro Noleto disse...

Obrigado pelo comentário e por reconhecer neste blog um espaço democrático de manifestação do pensamento, mas continuo tentando não resvalar para o debate ideológico. Respeito, no entanto, todas as opiniões até aqui manifestadas pelos eventuais leitores d'APonte e nunca censurei nenhum comentário até hoje. Espero ter motivação suficiente para continuar apontando os assuntos que me interessam, mas é bom lembrar que o motivo fundador do blog é o Direito, não a Política em si, no máximo a relação entre ambos, que se dá com muita ênfase no Direito Eleitoral, matéria que leciono.

De todo modo, agradeço mais uma vez a amizade dos comentários.