O sistema proporcional majoritário
Acabo de tomar conhecimento de que já são 132, dos pouco mais de quinhentos, deputados federais pré-candidatos a prefeito. Será a farra dos suplentes, pelo menos a dos suplentes daqueles que ganharem a disputa no dia 5 de outubro, já que os deputados não precisam renunciar para concorrem, podem se afastar e, em caso de derrota, retornar aos cargos. Mas será também a confirmação de que nosso sistema eleitoral de escolha de parlamentares é algo bastante distorcido. Não escolhemos legisladores programáticos ou ideológicos, senão líderes carsimáticos, comunicadores, empresários, em suma, indivíduos. Na eleição proporcional com voto uninominal que se pratica por aqui, votamos em indivíduos, não em sua legenda ou em sua proposta de atuação parlamentar. Por isso, as eleições parlamentares servem às vezes apenas para medir a capacidade que alguns desses candidatos terão para as disputas majoritárias, as prefeituras, os governos e a própria Presidência. O ano é de eleição para as prefeituras, então é hora de esquecer o mandato obtido dois anos atrás para para encarar a verdadeira disputa pelo poder, o poder administrativo. Há reformas legislativas a serem feitas? Não tem problema, há os suplentes, mérito do sistema proporcional. Quem sabe um desses novos deputados não se anima, ou ganha notoriedade, e tenta na próxima.
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