Elegibilidade é isso aí
O nome dela é Adalgisa.
O marido, senador Mão Santa, não se farta de citá-la. Nos discursos que pronuncia para as câmeras da TV Senado, ele a chama de "bela Adalgisa."
Nas eleições de 2008, a "bela" lançou-se na disputa pela prefeitura de Parnaíba.
É o mais famoso município do Piauí depois da capital, Teresina.
Porém, um juiz eleitoral da cidade, José Olimpio Passos Galvão, se interpôs no caminho de Adalgisa Moraes Sousa.
O magistrado indeferiu o registro da candidatura de Adalgisa. Alega que ela não possui filiação partidária.
Potoca, responde a mulher de Mão Santa. Adalgisa jura ter sentado praça no PMDB, partido do marido, em 1993.
William Guimarães, advogado da "bela", afirma que tampouco se pode questionar o domicílio eleitoral de sua cliente.
Adalgisa teria transferido o título eleitoral, as armas e as bagagens para Parnaíba em 1º de outubro de 2007. Dentro do prazo legal, diz o advogado.
O defensor de Adalgisa recorreu da decisão do juiz José Olimpio. A despeito disso, Francisco Iweltnan Mendes, coordenador da campanha, saiu-se com uma novidade.
Novidade inusitada: revelou que, inviabilizada a candidatura de Adalgisa, o marido tomaria o lugar dela na chapa.
Mão Santa deixaria o senado para concorrer à prefeitura de Parnaíba. Primeiro, tiraria uma licença.
Eleito, renunciaria ao mandato de senador, que só expira em 2010.
Desprendimento? Nem tanto. O nome da suplente de Mão Santa é Adalgisa. A mesma que o juiz José Olímpio afirma não dispor de filiação partidária.
Seria, por assim dizer, um negócio em família. Lula haveria de gostar.
Deixaria a tribuna do Senado o político que mais o critica. Mão Santa só o chama de Luiz Inácio.
Alveja o presidente dia sim e outro também. Já levou à tribuna até os produtos de beleza de Marisa Letícia.
Produtos comprados, segundo disse, com verbas secretas do cartão corporativo.
Em vez da "fera", Lula passaria a lidar com a "bela". Que há de dispensar-lhe tratamento mais lhano.
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