Quem foi o Cristiano da "cristianização" originária?
Candidato à presidência da República
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Nas eleições de 3 de outubro de 1950, a chapa Cristiano Machado-Altino Arantes (PSD-PR) concorreu com as de Eduardo Gomes-Odilon Braga (UDN) e Getúlio Vargas-Café Filho (PTB-PSP), entre as mais importantes. Vargas saiu vitorioso, contando, inclusive, com votos de vários redutos do PSD. O refluxo do setor getulista desse partido em relação à candidatura de Cristiano Machado e a transferência de seus votos para Vargas configuraram um processo de esvaziamento eleitoral que ficou conhecido no jargão político como "cristianização". Cristiano Machado recebeu 1.697.193 votos, e Altino Arantes 1.649.309.
Em 1953, foi nomeado embaixador do Brasil junto à Santa Sé, substituindo Frederico Castelo Branco Clark. Tendo entregue suas credenciais em outubro, faleceu em sua residência oficial em Roma no dia 26 de dezembro, vítima de enfarte.
Como empresário, havia iniciado suas atividades em 1940, mantendo relações com o grupo Itaú, de São Paulo. Em março de 1946, foi eleito para a diretoria da Companhia de Cimento Portland Itaú. Como jornalista, colaborou com o jornal A Noite, do Rio de Janeiro (então Distrito Federal), logo após a Revolução de 1930, sob o pseudônimo de Kerenski.
Seu arquivo pessoal encontra-se depositado no Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (Cpdoc) da Fundação Getulio Vargas.
Helena Faria
PS. Cristiano Monteiro Machado nasceu em Sabará (MG) no dia 5 de novembro de 1893, filho do coronel, fazendeiro e empresário Virgílio Machado e de Marieta Monteiro Machado, neta de Lucas Antônio Monteiro de Castro, barão de Congonhas. Um de seus irmãos, Aníbal Machado (1894-1964), tornou-se escritor conhecido.
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