quarta-feira, 13 de junho de 2007

A vingança literária

ARIANO SUASSUNA (1927 - )

Por
Renato Roschel
15/07/2002

Monarquista convicto e jóia da coroa da literatura brasileira, Ariano Suassuna nasceu a 16 de junho de 1927, no Palácio da Redenção, na Paraíba, antiga capital do Estado de mesmo nome. Nesta época, seu pai, João Suassuna, era o governador da Paraíba. Três anos após seu nascimento, seu pai já havia deixado o cargo de governador e exercia o mandato de deputado federal. No dia 9 de outubro de 1930, o pai de Ariano foi assassinado a tiros no centro do Rio de Janeiro (antiga capital do Brasil) pelo pistoleiro Miguel Alves de Souza.
O assassinato do pai de Ariano foi o trágico resultado de uma divisão política ocorrida na Paraíba, a qual já havia sido também um dos motivos da eclosão da Revolução de 30. Um dos aliados políticos do pai de Ariano, José Pereira Lima, contrário à politica de João Pessoa —político que sucedeu o pai de Ariano no governo da Paraíba— declarou a independência do municípo de Princesa e colocou as forças da cidade para resistirem a qualquer tipo de invasão feita pelos soldados do Estado ou da União. A cidade só se rendeu após a morte de João Pessoa, o qual foi assassinado por João Dantas —primo de Rita de Cássia Dantas Vilar, mãe de Ariano. Esse foi um dos motivos para o assassinato do pai de Ariano.

Os parentes e aliados políticos de João Pessoa acreditavam que seu assassinato fora planejado e ordenado por João Suassuna. O assassinato do pai de Ariano o marcou sobremaneira. No filme "Adeus Cinema", de Anselmo Duarte, Ariano Suassuna aparece, em 1964, cuspindo num monumento a João Pessoa. Quase trinta anos depois, na entrevista concedida para o Caderno de Literatura Brasileira do Instituto Moreira Salles a seu respeito, ele afirma que a rixa só não piorou por causa de sua mãe, a qual sempre disse que o assassino de seu pai havia morrido. Suassuna afirma que sua mãe dizia isso para que a história de assassinatos tivesse um fim. O assassino do pai de Ariano ficou preso por dois anos, depois viveu em liberdade por muitos anos.

Com a morte do marido e o constante medo de ser vítima de novas violências, Rita de Cássia passou a mudar-se constantemente, levando nessas mudanças seus oito filhos. Em 1932, a família de Ariano já havia perdido quase todo o gado de suas fazendas em razão da terrível seca que então atingia o Estado da Paraíba. No ano seguinte, Ariano mudou-se com a família para Taperoá, localidade que fica no Sertão dos Cariris Velhos da Paraíba. Nos três anos que se seguem, 1934 a 1937, Ariano faz seus estudos. Seus primeiros professores foram Emídio Diniz e Alice Dias.

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