quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Cristóvam indignado e o celular

Terra Magazine - O que o senhor acha disso, de impedirem os deputados de entrarem no plenário?

Cristóvam Buarque - Eu acho que estão impedindo o povo de entrar. Esses deputados, hoje, representam o desejo do povo. Não é um grupinho, não são pessoas isoladas. É o povo. O povo está querendo entrar aqui. Esses deputados representam o povo.

E essa repressão da polícia do Senado?

É um equívoco. É mais um equívoco. Esse assunto Renan é uma sucessão de equívocos. Esse está sendo um dos últimos, não sei quantos vamos ter ainda. Mas o povo está querendo entrar aqui, o povo se identifica com esses deputados. Impedí-los é impedir o povo.

O senhor não vai desligar o seu celular?

Não, a não ser que venha aqui um segurança desligar o celular. A Constituição diz que o voto é secreto. A Constituição, que eu devo zelar, não diz que a sessão é sigilosa. Isso está no regimento (do Senado).

E vai ser sigilosa?

Eu vou fazer uma proposta de que pelo menos a sessão seja gravada. Porque se querem censurar os jornalsitas, é um absurdo. Mas censurar a História é um crime. Essas imagens precisam ser gravadas, mesmo que durem 20 anos, 30 anos. Os historiadores, o povo, a próxima geração tem o direito de saber. Cada senador aqui, vai ter um dia, alguém vai escrever sua biografia. E não pode ter uma lacuna. Eu vou defender que seja gravada, mesmo que não seja divulgada a gravação.

E o senhor não tem medo de punições?

Não. Eu não tenho medo nenhum, porque é tão absurdo isso! Agora, se eu estivesse ferindo a Constituição... eu não estou ferindo. É um artigo do regimento. Não desligarei meu celular por vontade própria, a menos que me obriguem. Eu estou falando em público, não vou fazer escondido.

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