Para o povo, o mandato é do candidato... Mas o STF tem razão (!?)
A pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje traz dados curiosos sobre a percepção da população brasileira a respeito da fidelidade partidária.
"Na sua opinião o mandato do candidato eleito deve pertencer":
* 48,7% - ao candidato;
* 38,3% - ao partido político;
* 13,1% - não soube responder."Concorda com a aprovação da fidelidade partidária pelo Supremo Tribunal Federal?"
* 54,2% - concorda;
* 30,7% - não concorda;
* 15,1% - não soube responder.
Contradição? Falta de informação? Ou não. Parece que o povo quis mesmo dizer que ele vota no candidato e não nos partidos, entidades distantes de seu cotidiano. Os candidatos, não. Fazem corpo a corpo, andam na rua, aparecem na TV, alguns fazem seu assistencialismo, promovem distribuição de bens (41-A)... Apesar disso, a pesquisa mostra que a maioria concorda com a decisão do STF, que os candidatos que mudam de partido perdem seus mandatos. Os analistas devem estar preparando seus artigos para as edições de amanhã e, creio, devem levar em conta a dificuldade do povo para compreender os detalhes técnicos necessários para uma avaliação consistente da decisão do STF sobre o assunto. Ora, o povo nem sabe que vota nos partidos quando vota em candidatos eleitos no sistema proporcional, entenderia um julgamento de 10 horas do Supremo? Claro que não, mas creio que a mensagem é esta:
O mandato é daquele que recebeu uninominalmente os votos, mas este não pode desonrá-lo, tranformando-o em simples moeda de troca. Pensando bem, acho que a maioria consultada pela pesquisa até que entendeu a essência da decisão do Supremo.
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