Renúncia ou cassação, eis a questão
Reconheço que é exagero demais parodiar o bardo para falar do dilema de Roriz, mas quem sabe não vem a calhar a lembrança das letras para o futuro ex-senador do DF. O fato é que, se não renunciar até ser intimado pelo Conselho de Ética da Câmara Alta da República, Roriz pode ser cassado por quebra de decoro parlamentar e assim encerrar sua longeva carreira política punido com a sanção de inelegibilidade. O blog do Noblat garante que ele já está com a carta de renúncia no bolso do paletó, e que teria sido exigida pela esposa, dona Weslian...
A Mesa do Senado já decidiu enviar a representação do Psol para o Conselho, que abrirá o processo contra Roriz. Notificado, não poderá mais renunciar para evitar a cassação. Se renunciar nas próximas horas, evita o processo, mas perde o foro privilegiado, ou seja, todos os processos em que figura como réu no STF serão encaminhados para a justiça de primeiro grau e aí, quem sabe...
Aliás, sobre os processos vale lembrar que o tal que tramitou no TRE-DF no ano passado e no qual teria havido suborno de juízes daquele tribunal para inocentá-lo, ainda não acabou. O TSE deve analisar o agravo de instrumento apresentado pelo denunciante (PCdoB) para decidir se aceita ou não o recurso especial eleitoral contra Roriz. O mesmo TSE que o absolveu em 2004 (apenas o Ministro Sepúlveda Pertence votou pela cassação de Roriz), poderá condená-lo agora, inclusive com a sanção de inelegibilidade. Essa mesmo, a sanção que pode encerrar a carreira política de Roriz, mesmo com a renúncia antes da intimação, pode vir por outras vias, as vias judiciais. Será uma catástrofe para o senador-meu-deus-a-que-ponto-chegamos-Roriz. Para o DF, uma benção. Amém.
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