sexta-feira, 11 de abril de 2008

Senadores sem voto

Em 2 de abril de 2008, tomou posse no Senado Federal, em substituição ao senador eleito Cícero Lucena (PSDB-PB), o suplente Carlos Dunga (PTB-PB). Citado em relatório da CPI por suposto envolvimento na máfia dos Sanguessugas (que promovia aquisição de ambulâncias em prefeituras por meio de licitações fraudadas), mas excluído da denúncia do Ministério Público, o ex-deputado Dunga tornou-se o 16º suplente do Senado. Com a sua posse, o Senado passa a ser composto por 19,8% de integrantes sem-voto. A partir dos dados reunidos no projeto Excelências (www.excelencias.org.br) e de outras fontes públicas, a Transparência Brasil analisou o perfil dos suplentes em exercício no Senado. Uma das constatações é que mais da metade dos 16 suplentes jamais havia ocupado um cargo eletivo. Portanto, jamais venceram uma eleição.

Os suplentes do Senado (no início de abril de 2008) são:


ACM Jr (DEM-BA)
É sócio da Rede Bahia de Comunicação, que inclui o jornal Correio
da Bahia e concessões de rádio e televisão. Nunca havia ocupado
cargo eletivo. Herdou a vaga de Antônio Carlos Magalhães, seu pai,
morto em 2007.
Adelmir Santana (DEM-DF)
É sócio de rede de lojas do varejo famacêutico. É vice-presidente
da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Nunca havia ocupado
cargo eletivo. Recebeu a vaga de Paulo Octavio, eleito vicegovernador
do Distrito Federal em 2006;
Carlos Dunga (PTB-PB)
É proprietário rural. Foi prefeito, deputado estadual e federal.
Recebeu a vaga de Cícero Lucena, afastado por motivo de saúde;
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
É dono de construtora. Nunca havia ocupado cargo eletivo. Foi
candidato ao Senado em 1994. Recebeu a vaga de Duciomar Costa,
eleito prefeito de Belém em 2004;
Gilberto Goellner (DEM-MT)
É proprietário rural, produtor de soja e algodão. Fundador e
primeiro presidente da Associação Brasileira dos Produtores de
Soja. Nunca havia ocupado cargo eletivo. Herdou a vaga de Jonas
Pinheiro, morto em 2008;
Gim Argello (PTB-DF)
Foi deputado distrital. Eleito pelo DEM (então PFL) em 1998 e pelo
PMDB em 2002. Está no PTB. Herdou a vaga de Joaquim Roriz, que
renunciou ao mandato em 2007 para não ser cassado.
João Pedro (PT-AM)
Foi vereador e deputado estadual pelo PcdoB. Foi candidato a
governador pelo PT, partido ao qual está filiado. Recebeu a vaga
de Alfredo Nascimento, nomeado ministro em 2007;
João Tenório (PSDB-AL)
É usineiro. Foi presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e
do Álcool de Alagoas. Nunca havia exercido cargo eletivo. Recebeu
a vaga de Teotônio Vilela Filho, eleito governador de Alagoas em
2006;
José Nery (PSOL-PA)
Foi vereador pelo PT. Está no PSOL. Recebeu a vaga de Ana Júlia
Carepa, eleita governadora do Pará em 2006;
Lobão Filho (S/Partido-MA)
É empresário. Nunca havia exercido mandato eletivo. Recebeu a vaga
de Edison Lobão, nomeado ministro em 2008;
Neuto De Conto (PMDB-SC)
Foi vereador, deputado estadual e federal. Iniciou a vida política
no PTB, mas está no PMDB desde 1966. Recebeu a vaga de Leonel
Pavan, eleito vice-governador de Santa Catarina em 2006;
Paulo Duque (PMDB-RJ)
Foi deputado estadual por oito legislaturas. Segundo suplente,
herdou a vaga de Sérgio Cabral, eleito governador do Rio de
Janeiro em 2006; o primeiro suplente, Régis Fichtner, deixou o
Senado em fevereiro de 2007, quando assumiu a chefia da Casa Civil
do governo do estado do Rio;
Sibá Machado (PT-AC)
Foi secretário estadual. Nunca havia exercido mandato eletivo.
Recebeu a vaga de Marina Silva, nomeada ministra do Meio Ambiente
em 2003;
Valter Pereira (PMDB-MS)
Foi vereador, deputado estadual e federal. Herdou a vaga de Ramez
Tebet, morto em 2006;
Virginio de Carvalho (PSC-SE)
É líder da igreja evangélica Assembléia do Reino de Deus. Nunca
havia ocupado cargo eletivo. Recebeu a vaga de Maria do Carmo,
afastada para tratamento de saúde em 2008;
Wellington Salgado (PMDB-MG)
É empresário. Nunca havia exercido cargo eletivo. Recebeu a vaga
de Hélio Costa, nomeado ministro em 2005.


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